sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Funeral

Não sabia o que fazer.
O desespero tomava conta de seu corpo.

Pulou.

E então já não havia desespero.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O sangrar de um coração partido

Felicidade. Essa pequena luz de vela ao fim do túnel já nos é suficiente para esquecer toda e qualquer mágoa que assola nossas mentes. E é justamente quando acreditamos encontrar aquele que supostamente nos completa, nos ama e faz amar, que nos trás essa tão almeijada felicidade, que essa chama se intensifica - e o túnel de escuridão e incerteza parece diminuir.

Mas quando todo esse amor parece não dar conta, a gente chora. Chora, porque no fim sabe que não adianta o quão se esforce, aquela ideia está atranhada a sua cabeça: você não é suficiente. E essa insegurança nos trás de volta para dentro daquele mar de trevas, onde a esperança já bateu asas, e a única coisa que lhe conforta é aquele derramar de lágrimas eterno.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O suspiro de um pré-morto.

É impressionante como nos tornamos poetas fenomenais com o simples abandono da distração. Talvez em cada um de nós more um Machado, ou Castro Alves, uma ampla consciência e inspiração. E por mais estranho que possa parecer, é que com o desligamento gradativo desses interruptores de distração mental, cada vez mais pessimistas e desesperados se tornam os textos, como se a natureza do Homo se resumisse à tristeza, e a natureza como um todo servisse como balança para tais sentimentos apáticos e detestáveis.

É sempre naquele quarto frio e escuro que surgem em nossas mentes o medo e a incerteza. Teorias sobre a vida são levantadas. Pilares, estruturas colossais, ideias e planos são arquitetados por esses poetas negros, que em tão pouco tempo deixam de significar apenas uma subconsciência inexata. São nesses momentos em que o Machado e Castro Alves dão espaço para o Byron e Goethe. Florestas de espinhos crescem nas entranhas do ser. É tão mais fácil culpar toda a desgraça mundana em terceiros - é tão mais fácil.

Ninguém se lembra de que ao tirar o cinto, o risco de sangrar ao bater, quando bater, é maior. Pois é isso. O que me corrói não se fundamenta em erros aleatórios de personagens secundários. Se agora ou em qualquer outro dia sangrar, foi porque tirei o maldito cinto.