terça-feira, 7 de setembro de 2010

O suspiro de um pré-morto.

É impressionante como nos tornamos poetas fenomenais com o simples abandono da distração. Talvez em cada um de nós more um Machado, ou Castro Alves, uma ampla consciência e inspiração. E por mais estranho que possa parecer, é que com o desligamento gradativo desses interruptores de distração mental, cada vez mais pessimistas e desesperados se tornam os textos, como se a natureza do Homo se resumisse à tristeza, e a natureza como um todo servisse como balança para tais sentimentos apáticos e detestáveis.

É sempre naquele quarto frio e escuro que surgem em nossas mentes o medo e a incerteza. Teorias sobre a vida são levantadas. Pilares, estruturas colossais, ideias e planos são arquitetados por esses poetas negros, que em tão pouco tempo deixam de significar apenas uma subconsciência inexata. São nesses momentos em que o Machado e Castro Alves dão espaço para o Byron e Goethe. Florestas de espinhos crescem nas entranhas do ser. É tão mais fácil culpar toda a desgraça mundana em terceiros - é tão mais fácil.

Ninguém se lembra de que ao tirar o cinto, o risco de sangrar ao bater, quando bater, é maior. Pois é isso. O que me corrói não se fundamenta em erros aleatórios de personagens secundários. Se agora ou em qualquer outro dia sangrar, foi porque tirei o maldito cinto.

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